sábado, 18 de outubro de 2014

I suck


No outro dia estava com a C no corredor, num dos intervalos. Estávamos a rir de qualquer coisa e, de repente, vimos a AC sozinha, a sair da casa de banho e com os olhos super vermelhos. Fomos logo ter com ela, claro, e, mal perguntamos o que se passava, desfez-se em lágrimas. Encostamo-nos a uma parede perto das escadas e conseguimos que ela desabafasse um bocadinho. Depois da miúda contar o que se passava (tem a ver com o pai dela, que tem problemas psiquiátricos), a C falou com ela durante um tempo infinito. É por isso que a adoro, tem sempre a palavra certa; sabe sempre o que dizer. Confortou-a, e até eu fiquei convencida com o discurso inspirador. Eu limitei-me a olhar para ambas feita parva e sem conseguir dizer uma palavra. Não porque fiquei chocada com a história, mas porque a minha relação com ela está tão nula que eu não fazia ideia do que havia de dizer para a consolar. O meu lado negro quis perguntar-lhe onde estava o seu namorado naquele momento e quis perguntar-lhe também se costumava contar a vida dela a desconhecidos que encontrava na escola - porque é isso que somos agora. Até tenho vergonha do que pensei, mas a verdade é que me magoa imenso o que ela se tem vindo a tornar. Apesar disso, espero sinceramente que corra tudo bem. Só não vou conseguir estar lá para ela quando ela precisar. 

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