sexta-feira, 26 de setembro de 2014

loiras falsamente inteligentes

Disse que tinha algo para vos contar sobre uma pessoa, e aqui vai. O texto é comprido, mas há realmente muita coisa para dizer sobre ela. 

A rapariga chama-se M, é loira, excelente aluna e com graves problemas de autoestima. Anda na minha turma desde o 7º ano e desde o 7º ano que tenho de aturar birras por tirar melhor nota que ela num teste, por me dar melhor com certas pessoas do que ela, por comprar roupa mais gira ou simplesmente porque lhe dá na real gana. À parte desses caprichozitos de pessoa com 10 anos, sempre nos demos bem. Quando nos chateávamos, acabávamos por resolver as coisas rapidamente, devido à minha falta de paciência para manter zangas durante muito tempo. Sempre a considerei das minhas amigas mais próximas, porque sentia mesmo que a rapariga tinha uma adoração por mim e que gostava muito de me ver feliz (mas não mais do que ela). Sempre ignorei conselhos da C, aka best friend, que já a conhecia há muito mais tempo que eu e me dizia muitas vezes para manter a distância. Diziam-me várias vezes que era claro como a água que ela tinha inveja de mim e que não era digna de confiança. Nunca liguei.

Agora no 11º ano, e depois de 4 anos, todos os dedos que tenho no corpo x2, não seriam suficientes para enumerar as vezes em que ela me desiludiu como amiga e como pessoa. No verão passado, fiz imensos amigos novos, por causa do N, como já referi. E acho que as coisas começaram por aí. Se até ao 9º já era uma pestinha, tornou-se completamente insuportável. Foram mesmo muitos os episódios em que tinha mais que razão para não a querer ver mais à frente, mas sempre achei que não valia a pena chatear-me e que era suficiente não ser tão próxima dela como costumava. As coisas aí pioraram. Comecei a dar-me com a A (entrou na nossa turma, no 9º ano) de uma maneira excepcional, e apercebi-me de que, apesar de não ir muito com a cara dela quando a conheci, somos muito parecidas em muitos aspetos: maneira de falar, pensar, gostos música/filmes/livros/séries, as mesmas paixões platónicas e uma data de coisas únicas que todas as amizades a sério têm. A M não gostou. A minha relação com ambas não tinha nada a ver (nem tem). Se insultar a A, ela sabe que estou a brincar, porque tem um humor muito idêntico ao meu, e ainda me chama algo pior. Se insultar a M, ela não fala para mim durante 3 semanas ou até que eu lhe peça desculpa e é capaz de ir desabafar com alguma professora sobre isso. Para além de uma data de cenas por causa de notas a determinadas disciplinas em que eu era melhor, fazia também uma data de cenas de ciúmes/inveja. Na cabeça dela não é possível alguém conseguir não passar 24/7 a estudar (ela não vê o telejornal; não janta à mesa na época de testes - apenas come uma tigela de cereais, na secretária, enquanto estuda; não vê filmes nem séries; não lê, a não ser os livros da escola), ter uma vida social que inclui fazer amigos novos, manter os velhos, sair com ambos no fim das aulas, ter um namorado, e ainda conseguir uma média de 18 no final do ano! Ela pode, sem dúvida, orgulhar-se da média que teve (19,7) mas não pode ser feliz com isso. Não pode ser feliz com a vida que tem, sempre enfiada em casa, agarrada aos livros, a ler a matéria antes dos professores a darem, a fazer exercícios de 10 livros diferentes, a monopolizar as aulas porque tem 56 dúvidas acerca da matéria (isto aconteceu).




Eu limitava-me a ter pena, porque ficou óbvio para mim que ela preferia ser como eu do que ser como é (não estou a ser convencida, atenção. É mesmo a realidade), e continuei a falar com ela, apesar de todas as pancas que tinha de aturar e apesar de estar muito farta de o fazer. Afinal de contas, já não tínhamos 10 anos e ela devia ter crescido, minimamente. A minha gota de água com a rapariguinha foi quando, a mais ou menos 2 meses de acabarem as aulas, ela teve a lata de se sentar no banco do balneário em frente ao meu, a falar mal de mim a uma amiga minha. Foi a definição de ridículo. Estávamos só 4 raparigas no balneário: elas as duas, eu e a A. Elas num banco, eu e a A no banco imediatamente à frente, a jogar qualquer joguinho no telemóvel. No dia anterior falou comigo normalmente, mas ali estava ela a sussurrar ao ouvido da L e a repreendê-la com um "fala baixo!!!" de cada vez que ela lhe respondia. Como é óbvio, na aula seguinte já sabíamos de tudo o que ela tinha falado e eu tenho a certeza que não há coisa de que a miúda se arrependa mais do que ter dito o que disse. Frases tipo "Ela faz de propósito para falar com a A, à minha frente, de filmes que sabe que eu não vi e livros que sabe que eu não li, só para me poder excluir da conversa", "É tão manipuladora! Consegue que vocês façam tudo o que ela quer e que a adorem na mesma!", "Só espero mesmo que ela vá para um colégio para nunca mais ter que ver a cara dela à frente!" e "Ela acha-se só porque tem muitos amigos. Sabes L, eu nunca tive a oportunidade de pertencer ao grupo das populares, punham-me sempre de lado! E a I sempre olhou para mim de cima, nunca me viu realmente como uma amiga".




Quando a L nos contou isto, eu e a A ficamos completamente incrédulas e a questionar-nos com que tipo de pessoa é que andávamos nos intervalos e com quem fazíamos trabalhos. A partir daí, só falei mais duas vezes com ela, no facebook, porque ela veio toda de nariz empinado a pedir justificações do porquê de metade da turma não falar com ela. É muito simples: eu não manipulei ninguém, eu contei o que tinha acontecido, aos meus amigos, o grupo do qual ela fazia parte também, mas onde não se dava particularmente beeem com ninguém. Quem é que iria querer continuar a ser próximo de uma pessoa que fez tanta merda (desculpem a expressão) a alguém que esteve sempre lá para ela e que a defendeu, quando tanta gente a atacava? A poucos e poucos, a A, os dois J, o D, o R e o L deixaram de lhe falar. Deixou de ser convidada para saídas (às quais ela nunca ía, de qualquer maneira), deixou de ser escolhida para grupos de trabalho, deixou de ir almoçar connosco. Acabou o ano, passou o verão inteiro (e ela metida em casa, sem ninguém para sair), começou o 11º e ela continua sem amigos. Claro que não lhe respondem mal nem nada do género, mas todos acabaram por se afastar dela ao perceber o tipo de pessoa que se escondia por trás de testes com nota 20. Todos sabem que ela é o tipo de pessoa que, na terça-feira, foi para a escola ver se havia apoio a Biologia e não avisou ninguém que sim... o tipo de pessoa que teve uma aula de 45 minutos sozinha com a prof e não foi capaz de mandar a porcaria de uma mensagem a avisar, nem às 2 ou 3 pessoas que ainda a toleram.




Claro que ela me culpa por tudo isto, mas na verdade a culpa foi dela. Eu não precisei de puxar ninguém para o "meu lado", ela empurrou-os sozinha com os seus altos níveis de competitividade, falta de noções e incompreensão do que significa uma amizade. Eu não tenho pena nenhuma do que ela está a passar, só tenho pena de que alguém consiga ter tanta falta de personalidade. E espero mesmo que ela entre em Medicina, no Porto, com a melhor nota. Porque se lhe falha isso, ela vai parar a um hospício. 

4 comentários:

  1. Aiii que miúda credo. Também espero que entre no Porto, não quero que venha para Lisboa para se tudo correr bem para o meu lado não ter que ainda dar de caras com tal criatura.

    Yiumy

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  2. Eu digo Porto porque a minha expectativa mais alta é Medicina em Coimbra, porque ela sem dúvida seria algo a considerar como um contra numa universidade onde eu entrasse! De qualquer maneira, ainda tenho que a aturar mais dois aninhos... que Deus me dê paciência!!!!

    (em resposta à Yiumy)

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    Respostas
    1. O melhor conselho que te posso dar é distancia-te não cries ondas, nem lhe dês importância, quando ela voltar a rastejar e a pedir perdão, por isso vai acontecer sem dúvida alguma, limita-te a ser seca e curta. Ela fez a cama em que de vai deitar.

      Coimbra é a minha terceira escolha :)

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    2. (aindei a escrever "em resposta à Yiumy" durante séculos, quando existe um botão 'responder' loool)
      É impossível só ignorá-la, eu tenho que ser estúpida às vezes. Do género, ela cola-se ao grupo, sabendo que ninguém a quer ali, e ouve todo o tipo de conversas. Sentou-se atrás de mim e da A nas aulas e houve uma vez que eu fui com ela a qualquer lado e toda a gente foi lá ter porque a M lhes disse onde tínhamos ido. E isso já foi este ano.

      Acho que talvez seja a minha 1ª/2ª :)

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